Como o iPhone mudou a internet, nosso comportamento e a cultura pop?

Para especialistas em tecnologia, Apple não inventou novidades, mas soube unir tudo em um aparelho.

Como o iPhone mudou a internet, nosso comportamento e a cultura pop?

Como o iPhone mudou a internet, nosso comportamento e a cultura pop?

A Apple não inventou as telas sensíveis ao toque, os aplicativos para celulares ou os smartphones conectados.

A Apple não inventou as telas sensíveis ao toque, os aplicativos para celulares ou os smartphones conectados. Mas, segundo especialistas em tecnologia ouvidos pelo G1, a empresa uniu tudo isso em um aparelho que deu outra cara para internet, influenciou modelos de negócio e mudou o jeito das pessoas se relacionarem com a tecnologia. O dispositivo em questão é o iPhone, que completa 10 anos nesta quinta-feira (29).

“É talvez uma invenção das mais brilhantes que a humanidade foi capaz", afirma Ronaldo Lemos, que dirige o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio).

"Jobs e o time de design da Apple conseguiram reunir tecnologias que já existiam em um aparelho que mudou completamente a forma como a gente se comunica, trabalha e se relaciona."

Até o celular começar a ser vendido, a Apple havia sido a empresa que alterou o andamento de outras duas indústrias: a dos computadores, com o lançamento do Macintosh, em 1984, e a da música, com o iPod, em 2001.

O então presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, não esqueceu disso quando apresentou o iPhone, em janeiro de 2007 – o aparelho só começaria a ser vendido em junho daquele ano. Ele não poupou adjetivos para qualificar o novo produto como “revolucionário”.

“A Apple perfeitamente misturou uma interface para usuários, tecnologia tátil, um navegador web móvel, um poderoso processador e um celular”, afirma Brian Merchant, jornalista e escritor americano.

Ele é autor do livro “The One Device – The Secret History of the iPhone” (ainda não lançado no Brasil), em que traz detalhes do nascimento da incursão da Apple no mundo dos celulares.

Além do hardware, o ecossistema por trás do iPhone ajudou o celular a se destacar, diz Donald Feinberg, Vice-Presidente de Pesquisas e Analista Emérito do Gartner. “Não era apenas o uso do telefone celular como um computador, mas o sucesso também é creditado à grande quantidade de aplicativos disponíveis no início.”

Dados financeiros da Apple mostram que, ao menos em se tratando da empresa, Jobs não errou no prognóstico: hoje, o iPhone representa 65% da receita da companhia. Já profissionais que acompanham o mundo da tecnologia dizem que o celular não só levou a empresa a se tornar a que possui maior valor de mercado no mundo. Também fez empresas de outros setores se mexerem.

Internet primeiro

“O iPhone foi um golpe nas empresas de telecomunicação, que tinham um controle absoluto sobre os aparelhos que se conectavam a suas redes. Isso resultava em inovação baixa, careta e devagar. Quando o Jobs cria esse produto que abre espaço para conexão, o produto era tão desejado que as próprias teles tiveram que aceitar”, explica Lemos.

No começo, os smartphones saíam das lojas com um pacote de dados junto à AT&T, algo raro na época. Hoje, é impensável assinar um plano de celular sem perguntar quais as condições de conexão.


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