É possível invadir e espionar um celular 'só pelo número'?

É possível invadir e espionar um celular 'só pelo número'?

É possível invadir e espionar um celular 'só pelo número'?

Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.) vá até o fim da reportagem e utilize o espaço de comentários ou envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com. A coluna responde perguntas deixadas por leitores no pacotão, às quintas-feiras.

>>> Invasão de celular 'pelo número'
A coluna Segurança Digital recebe diversas perguntas de leitores - muitas vezes em um contexto de "como espionar o(a) namorado(a)" - que se resumem a uma mesma questão: é possível invadir e espionar um celular tendo apenas o número?

A resposta é: na prática, não.

Vamos entender.

Invasões e espionagem ocorrem quando há uma "situação irregular", ou seja, algo que não devia acontecer para a segurança plena. Exemplo: o usuário do computador/celular executou um aplicativo que não devia, uma senha foi adivinhada, a pessoa espiã teve acesso físico ao aparelho, etc. Uma invasão é bem-sucedida quando o invasor consegue tirar proveito dessa situação "irregular".

Quando alguém pergunta se pode invadir um celular "pelo número", o que normalmente a pessoa imagina é uma invasão automática, que instale um software espião no celular da vítima sem que ela perceba nada. Isso, em geral, é impraticável, embora exceções sejam possíveis.

Saber o número é mais ou menos como saber o endereço de uma coisa - não tem como você roubar uma casa sem saber o nedereço, mas saber o endereço não vai abrir a porta para você.

O que afeta as possibilidades de um programa espião ser instalado remotamente ("remoto" é "sem ter o aparelho na mão") são a marca e modelo do telefone, a versão do sistema operacional e os aplicativos instalados. Número, IMEI e outros dados não vão ajudar. Em muitos casos, não vai ser possível instalar qualquer aplicativo remotamente sem usar algum truque para convencer a própria vítima a fazer a instalação.

Existem exceções, mas os ataques são complexos e a coluna Segurança Digital não aprova esse tipo de conduta, portanto isso não será discutido. Para quem quiser se proteger, basta saber o seguinte: mantenha o sistema e os aplicativos do celular sempre atualizados. Cuidado com aparelhos muito antigos que não recebem mais atualizações, já que esses aparelhos podem estar em risco de ataque.

Outra informação útil: para que seja configurado um crime, a lei brasileira exige que o acesso indevido seja feito "mediante violação indevida de mecanismo de segurança". Por isso, é imprescindível configurar uma senha de bloqueio ou outro mecanismo equivalente no aparelho.


>>> Segurança de videochamada


Preciso de uma informação: se eu fazer uma videochamada, um invasor pode ter acesso à videochamada na hora? Tipo, um hacker pode ter acesso à videochamada e gravar?
Glaucia Igarashy

Glacia, você pergunta se um "invasor" é capaz de ver a chamada. Sim, um invasor (ou seja, alguém que já entrou no seu celular ou no computador de onde você está realizando a chamada) pode sem dúvida gravar a conversa inteira. Afinal, ele praticamente está usando o celular "junto" com você. A questão, claro, é que você não devia ter deixado um invasor entrar no seu celular.

Dito isso, chamadas com vídeo são normalmente criptografadas. Independentemente da tecnologia usada, todas têm algum tipo de segurança. Isso significa que outras pessoas não podem ver os dados da sua chamada sem que ocorra essa invasão. Mesmo que você faça uma chamada enquanto acessa a internet por meio de um Wi-Fi público, a chamada estará segura.

No entanto, se o seu celular ou computador já foi invadido (alguém instalou um vírus no seu dispositivo), todos os seus dados ficam disponíveis para o invasor e a videochamada não é uma exceção.

Para impedir isso, os passos sãos mesmos que para se prevenir de qualquer vírus: manter os programas e o sistema atualizados, usar antivírus (no caso de computador) e não instalar aplicativos fora da loja oficial do sistema (no caso de aparelho celular). Seguindo essas dicas, você reduz muito a chance de alguém realmente conseguir acesso não autorizado aos seus dados e chamadas.

Note que celulares são normalmente mais seguros que computadores. Especialmente se você não instalar muitos aplicativos, a chance de você ter um software espião é bastante baixa. Se você tiver um iPhone, a chance é ainda menor.

Como na pergunta acima, muitas vezes quem tem interesse em fazer a espionagem, porém, são pessoas próximas. Nesse caso, ter cuidado ao instalar aplicativos não ajuda nada, porque essa pessoa tem acesso físico ao seu celular. É por isso que é imprescindível ter bloqueio no celular, de preferência com uma senha forte. Se você teme que alguém próximo de você esteja interessado em espionar seu celular, usar tecnologias de biometria (em especial a digital) é uma péssima ideia.

alguma dúvida?