Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, admitiu nesta quarta-feira (11) que as informações pessoais dele fizeram parte dos dados de mais de 87 milhões de usuários da rede social que foram explorados pela Cambridge Analytica para construir algoritmos usados em campanhas políticas.
Na véspera, o executivo afirmou que os dados foram comprados pela consultoria política que trabalhou na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e na votação para decidir a saída do Reino Unido da União Europeia.
O CEO da empresa passou por uma sessão de questionamentos no Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados, após participar de uma audiência na véspera no Senado. Ele foi ao Congresso dos EUA para esclarecer como como o Facebook reagiu ao "vazamento" de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria política Cambridge Analytica e como a empresa trabalha para proteger os dados de seus usuários
Zuckerberg fez a revelação após ser questionado pela deputada Anna Eshoo.
- “Seus dados estavam entre as informações vendidas por outros agentes [Cambridge Analytica?”, questionou a parlamentar, para detalhar: “Seus dados pessoais”.
- “Sim”, respondeu Zuckerberg.
A empresa britânica de análise política acessou o grande volume de dados pessoais por meio do teste psicológico “This is Your Digital Life” coletar informações. Os dados não eram só os das pessoas que toparam fazer o teste. Havia também informações de milhões dos amigos delas.
Zuckerberg não informou se ele usou o teste ou se é amigo de alguém que o tenha usado.
O que se sabe é que esse teste não precisou usar hackers ou explorar brechas de segurança da rede social. Ele apenas aproveitou uma regra do próprio Facebook. Na época, a rede social dava poder para seus usuários autorizarem que serviços acessassem os dados de amigos.
O passo seguinte na estratégia da Cambridge Analytica, no entanto, estava fora do raio de atuação do Facebook: após a coleta dos dados, o desenvolvedor do teste os compartilhou com a Cambridge Analytica.
Na audiência no Senado, Zuckerberg afirmou que os dados foram vendidos por Alexander Koga, desenvolvedor do "This is Your Digital Like", à Cambridge Analytica.